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Meditação Budista estudada cientificamente (Natgeo)

Palestra: Razões do Sofrimento Humano

Aprendizados de hoje!!!

A vida é uma mudança constante, tudo está em movimento.

Quem não está hábito a essa idéia de mudança gerará o sofrimento em seu coração.

 

Homem é escravo dos desejos da sociedade, do que é certo ou não, do que devemos ser ou não. Somos escravos de vontades que não nos pertence.

 

O homem na luta pela vida rejeita a dor, comportamento da conseqüência do apego ao prazer, evitando a dor, evita-se experiências importantes para o crescimento interior. Esse pensamento vem da idéia de ser um ser separado da sociedade devido à ignorância da sua importância para o meio externo.

 

 

Quando eu me vejo separado do mundo ignoro o outro e suas necessidades e seus esforços e qualidades, passo por cima do outro causando dor e sofrimento, tendo perdas irrecuperáveis para obter um sucesso ou um reconhecimento susceptível ao esquecimento.

Palestras budistas.

As palestras são sobre temas interessantes e úteis para todos. Cada palestra é completa em si mesma e independente das próximas.

4ªs feiras às 19h30
Valor por palestra: R$ 8,00

Causa do Sofrimento

A Nobre Verdade da Causa do Sofrimento (sânsc. e páli Samudaya)

“Sofremos, não porque somos basicamente maus ou porque merecemos ser punidos, mas por causa de três trágicos mal-entendidos. Primeiro, esperamos que aquilo que está em constante mudança seja previsível e possa ser aprisionado. […] Em segundo lugar, procedemos como se fôssemos separados de todo o resto, como se fôssemos uma identidade permanente, quando, na verdade, nossa situação é ‘sem ego’. […] Em terceiro lugar, procuramos a felicidade sempre nos lugares errados. O Buda chamou esse hábito de ‘confundir sofrimento com felicidade’, como uma mariposa que voa para a chama”.

Pema Chödrön, Os Lugares Que Nos Assustam

Na segunda nobre verdade, Buda ensina que o sofrimento não surge ‘por acaso’, nem é um castigo imposto por um ‘ser superior’ em decorrência de nossos ‘pecados’. Sua origem não está em coisas externas como a sociedade, a política e a economia; estas são causas secundárias, reflexos externos de nossas delusões internas. Para Buda, o sofrimento é causado pelo apego ao desejo e ao intenso ‘querer’ do ser humano, a sede de prazeres físicos, uma ânsia que nunca pode ser plenamente saciada e que, portanto, sempre irá provocar um sentimento de desprazer. O desejo deludido faz com que nos apeguemos à falsa idéia de um ‘eu’ ou ‘ego’, que possui grande apego por felicidade, ganhos, elogios e fama – e não consegue mantê-los – e uma aversão pela tristeza, perdas, críticas e difamação – e nem sempre consegue evitá-las. Para Buda, até mesmo o desejo de sobrevivência do ser humano contribui para manter o sofrimento. Enquanto ele se apegar à vida – e continuar acreditando que tem uma alma -, irá perceber o mundo como sofrimento. O desejo de não existir também causa dor e confirma a ilusão da existência de um ego, pois é baseado na sua existência que a pessoa, frustrada e cansada, deseja aniquilá-lo ou paralisá-lo.

Para o budismo não há nada de errado em ter prazer ou desejos. O erro é nos subjugarmos a eles através do apego, e em vez de sermos senhores de nossa situação, sermos apenas escravos deste apego/aversão. Por exemplo: ao obtermos algo que desejamos ficamos felizes. A realização daquele desejo, preenchendo-o e finalizando-o é a experiência da felicidade. Pela lei da impermanência, esta experiência tem um fim, e pelo apego gerado desejamos reviver aquela felicidade. Só que este desejo pedindo imediata satisfação cria tensão, angústia, medos. Ficamos presos então a uma roda viva de desejos-satisfação-apego-aversão-outro desejo.

Algumas emoções negativas que causam sofrimento: desejo, cobiça, ambição, luxúria, avareza, ganância ou apego (sânsc. kama-raga, páli lobha); raiva, ódio, cólera, agressão, má-vontade ou aversão (sânsc. dvesha, páli dosa); ignorância, confusão, dúvida, ilusão ou delusão (sânsc. avidya, páli moha).

“O ‘querer’ sábio não pode dar origem ao apego. Desta forma, não há apego ao conceito ilusório de ‘eu’ ou ‘meu’ e não há a existência do ‘ego’, nem nascimento do ’ego’. Não há ‘ego’, nem ‘eu’ ou ‘meu’ a surgir. Nada pode, desta maneira, entrar em contato com o ‘eu’, pois sem ‘eu’ não há problema algum na mente”. Achaan Budadasa, A Causa do Sofrimento na Perspectiva Buddhista

A Nobre Verdade da Extinção do Sofrimento (sânsc. Nirodha, páli Nirodho)

“Naquele que é caridoso a virtude crescerá. Naquele que domina a si próprio nenhuma cólera poderá aparecer. O homem justo rejeita toda maldade. Pela extirpação da concupiscência, do ódio e de toda ilusão, tu atingirás o Nirvana”

O Buda, Mahaparinibbana Sutta

A Terceira Nobre Verdade é que o sofrimento pode ser levado ao fim. Em termos budistas, isto só é possível quando o desejo cessa. Para isso, a ignorância do homem deve ser enfrentada, pois ela é a causadora do desejo. O homem não se liberta sem desenvolver em si o afloramento da Sabedoria interior, do Amor e da Compaixão, itens imprescindíveis para a nossa sobrevivência, ensinados por Buda. A total cessação do sofrimento também é conhecida como a liberação (sânsc. Nirvana, páli Nibbana).

A tarefa da terceira nobre verdade é que a cessação deve ser completamente realizada.

Nirvana

Palavra de conhecimento mundial, mas cujos significados verdadeiros são amplamente desconhecidos. Em sânscrito, “Nir” é “não”, e “vana” é “cordão”; assim Nirvana pode ser traduzido como “não estar preso”, ou “estar liberto” (da tirania do ego, da ignorância, da ilusão e da dor). No budismo, o Nirvana é um estado do ser, e não um lugar ou “paraíso”, e pode ser alcançado por todos que renunciam ao “eu” e ao apego. É um estado de paz e alegria sem limites. Algo eterno, fora do sofrimento. Aquele que atinge o Nirvana não se arrepende do passado nem se preocupa com o futuro; vive o momento presente e está livre da ignorância, dos desejos egoístas, do ódio, da vaidade, do orgulho. Torna-se um ser puro, meigo, cheio de Amor Universal, Compaixão, bondade, simpatia, compreensão e tolerância. Presta serviço aos outros com a maior pureza, não procura lucro, nem acumula coisa alguma, nem mesmo bens espirituais, pois está liberto do desejo de vir a ser alguma coisa. Buda atingiu o Nirvana em vida, aos 35 anos, quando a pessoa Siddhartha Gautama morria para dar lugar ao Iluminado. Segundo textos budistas, ele renasceu 547 vezes antes de finalmente chegar lá.

A Nobre Verdade do caminho que leva à Cessação do Sofrimento (sânsc. marga, páli magga)

“[Buda] nos ensinou o caminho do meio; a não sermos muito rígidos, nem muito relaxados; a não ir nem a um extremo, nem a outro. […] Trilhar o caminho do meio faz surgir condições que conduzem ao estudo e prática, bem como ao sucesso em colocar um fim ao sofrimento. A expressão ‘caminho do meio’ pode ser aplicada genericamente em muitas situações variadas. Não é possível você se enganar. O caminho do meio consiste em seguir o meio dourado. Conhecer as causas, conhecer os efeitos, conhecer a si mesmo, conhecer quanto é suficiente, conhecer o tempo apropriado, conhecer os indivíduos, conhecer os grupos de pessoas: estas sete nobres virtudes constituem o caminho do meio”.

Achaan Budadasa, 48 Respostas sobre Buddhismo

Budismo

Fundada em 528 A.C. por Gautama Siddhartha, o ‘Buda’, esta “religião” é baseada em quatro verdades:

  • toda a vida é sofrimento;

  • a causa do sofrimento é o desejo;

  • o fim do sofrimento vem com ‘nirvana’ (o estado final de conhecimento e felicidade completos);

  • ‘nirvana’ é conseguido pelo seguimento de oito princípios.